Saudade de um tempo Tenho saudade de um tempo, da chuva, na madrugada, caindo em meu pensamento, - eu, a criança assustada. Rezava a Ave Maria, com a cabeça encoberta, e para a minha mãe eu pedia que deixasse a porta aberta. Do quarto, feito em madeira, o cheiro da chuva sentia, e jurava à Padroeira, que nunca mais mentiria. Os pingos por sobre as telhas, faziam uma só sinfonia, e na madeira, uma fenda: por lá a chuva eu via. Sabia que as galinhas, iriam para os puleiros, e lá longe a correria, ficava com os cocheiros. Do sapo o som eu ouvia, - e era o sapo ferreiro, que pra femea repetia: - quero ser o seu parceiro Hoje, do tempo eu tremo, não mais escondo a cabeça, não rezo a Ave maria, e vejo o medo ao extremo