Lucelena Maia

 Enganando-me

                                 

Quantos braços me abraçaram,

Em quantos braços me joguei.

Foi revolta, não importa,

Como conseqüência, viciei.

 

Quantas bocas me beijaram,

Quantas bocas já beijei.

Foi despeito, não importa,

O resultado é que gostei.

 

Quantos homens me despiram,

Quantas vezes me entreguei.

Foi obsceno,  não importa,

Ao destino, me abracei.

 

Quantos anos se passaram,

Desde a primeira cama em que deitei.

De todos os homens que me amaram,

Foste o único que eu amei.

 

Quanta humilhação. Tu não me amavas.

Fui objeto  de aposta e de prazer...

Embriagada de ódio, tornei-me ousada,

Deitei-me com todos e fiz saber.

 

Amor

 

Quando o amor chega, sem jeito,

E toma conta do peito,

Lá se foi o aprendizado;

A lição fica de lado,

E o coração entusiasmado,

Quer apenas se entregar.

 

Neste instante, a sorte é lançada;

O tempo não existe,

O ontem é passado

E só será lembrado

Se este novo amor decepcionar.

E, assim, dizia o poeta...

 

Amor...

Lição difícil de aprender,

Quando pensamos que o temos,

O perdemos e sofremos,

Na certeza que nunca tivemos

Um pedacinho de ninguém.

 

 

 

 

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