Enganando-me
Quantos braços me abraçaram,
Em quantos braços me joguei.
Foi revolta, não importa,
Como conseqüência, viciei.
Quantas bocas me beijaram,
Quantas bocas já beijei.
Foi despeito, não importa,
O resultado é que gostei.
Quantos homens me despiram,
Quantas vezes me entreguei.
Foi obsceno, não importa,
Ao destino, me abracei.
Quantos anos se passaram,
Desde a primeira cama em que deitei.
De todos os homens que me amaram,
Foste o único que eu amei.
Quanta humilhação. Tu não me amavas.
Fui objeto de aposta e de prazer...
Embriagada de ódio, tornei-me ousada,
Deitei-me com todos e fiz saber.
Amor Quando o amor chega, sem jeito, E toma conta do peito, Lá se foi o aprendizado; A lição fica de lado, E o coração entusiasmado, Quer apenas se entregar. Neste instante, a sorte é lançada; O tempo não existe, O ontem é passado E só será lembrado Se este novo amor decepcionar. E, assim, dizia o poeta... Amor... Lição difícil de aprender, Quando pensamos que o temos, O perdemos e sofremos, Na certeza que nunca tivemos Um pedacinho de ninguém.